sábado, 4 de fevereiro de 2012

TEMPO, TEMPO, TEMPO.


Um dia, você vai estar sozinha, vai fechar os olhos e tudo estará negro.

Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar.

Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não haverá alguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar.

Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem do chão, você vai lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil.

Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você e só vão ter algumas músicas repetindo no seu rádio: as nossas.

Em um novo momento, você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho delicioso de novo.

O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre.

E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até eu nem queira mais te atender. E se você bater na minha porta, ela estará muito trancada; se aberta, mostrará uma casa vazia.

Seus olhos te ensinarão o que são lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto.

O nome do enjôo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza.

Então, quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém olhar com meus olhos encantados...

Você encontrará a famosa solidão. A partir daí, o que acontecerá chama-se surpresa.

E, provavelmente, o remédio para todas essas sensações acima...

É o tal do TEMPO que você tanto falava!

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